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06/05/2021

Semana da Cannabis Medicinal, conversa 2

 

Emocionante! Assim pode ser resumida a live de ontem sobre o uso pediátrico da cannabis medicinal. Nossa anfitriã Mary James recebeu o Drº Ronaldo Corrêa e as mães Pâmella e Margarida para uma conversa esclarecedora e que todo mundo deveria ouvir para entender o quanto o preconceito e a desinformação afetam vidas.

Mesmo sendo médico, o drº Ronaldo só teve acesso de verdade aos estudos sobre os fins terapêuticos e medicinais da maconha quando pesquisava tratamentos para o filho autista. Ele, então, foi atrás de mais informações científicas e práticas e passou a ser um defensor e prescritor da cannabis como medicamento, inclusive, é claro, para o próprio filho. Mãe de Isabelle, hoje com 23 anos, Pâmella emocionou e fez pensar com seu depoimento. Ela contou que desde os 9 anos, a filha portadora da Síndrome de Lennox-Gaustat tinha cerca de 70 convulsões por dia e não apresentava melhora com nenhuma das muitas drogas e medições testadas, até que descobriu a cannabis em 2017. “Ela entrou num período epilético e ficou internada 11 dias. Ela não andava, não comia, então pesquisamos sobre a cannabis e uma médica, quando viu os exames, prescreveu o canabidiol e no terceiro dia de medicação minha filha voltou a andar. Foi um milagre. Se eu tivesse conhecido o canabidiol antes a minha filha não teria problemas cerebrais”, relatou.

A luta de Pâmella pela saúde de Isabelle, entretanto, parece longe de ter uma trégua. Com a falta de regulamentação e o excesso de preconceito e falso moralismo, o acesso ao medicamente é difícil e extremamente caro. Ela está na Justiça desde 2017 para o poder público pagar o tratamento, como é determinado pela Constituição e direito de todas as pessoas, mas seu caso se tornou uma briga entre Estado e União, com um jogando a responsabilidade para o outro e deixando a saúde e qualidade de vida da família de lado. “Dependo da ajuda e doação de ONGs para importar o remédio. Meu sonho é que um dia todas as mães tenham acesso ao canabidiol como medicação”.

Mãe de Pedrinho, que hoje também já é adulto, e criadora do SOS Cannabis Medicinal, Margarida Gal Lagame descobriu o canabidiol em 2015 e ganhou na justiça o direito de usá-lo no tratamento do filho, com tudo coberto pelo poder público. Ela contou que depois que passou a usar o medicamento, Pedrinho ficou mais de um ano sem sofrer com as convulsões causadas pela epilepsia, que ele costumava ter várias vezes por dia.
“É surpreendente, é algo que não esperávamos mesmo. Ele está 95% melhor do que ele estava. Sem o óleo da maconha, eu acho que o Pedrinho não estava mais aqui. Foi a cannabis que salvou e está salvando o meu filho”, resumiu.

No bate-papo de hoje às 20h, vamos receber a Drª Júlia Braga, da Universidade do Estado Bahia com extensão em pesquisa científica e saúde pública e global na Hogeschool Van Amsterdam (HvA), na Holanda, e a Família Flaksbaum, d’O Diário da Magaly – perfil do Instagram que relata a rotina da casa desde que a avó, a Magaly, começou a usar o óleo de cannabis medicinal no tratamento da doença de Alzheimer.